Bellevue

GNR

Leve, levemente, como quem chama por mim
Fundido na bruma, nevoeiro sem fim
Uma ideia brilhante cintila no escuroUm odor, a tensão do medo puro
Salto o muro, cuidado com o cão!
Vejo onde ponho um pé, iço-me à mão

Encosto ao vidro um anel de brilhantes
É fancaria a fingir diamantes
Salto à janela com muita atenção
Ponho-me à escuta, ai o meu coração

Sabem que me escondo na Bellevue
Ninguém comparece ao meu rendez-vous

Porta atrás porta pelo corredor
Um foco de luz no último estertor
No espelho um esgar, um sorriso cruel
Atrás da última porta a cama de dossel
Salto para cima, experimento o colchão
Onde era sangue é só solidão

Sabem que me escondo na Bellevue
Ninguém aparece ao meu rendez-vous

As minhas amiguinhas lá no fundo do jardim
Agora mais ninguém confia em mim

Sabem que me escondo na Bellevue
Ninguém aparece ao meu rendez-vous

Os meus amigos enterrados no jardim
Agora mais ninguém confia em mim
Era só pra brincar ao cinema negro
Os corpos no lago eram de jovens no desemprego