Canteiros

Fagner

Quando penso em você

Fecho os olhos de saudade

Tenho tido muita coisa

Menos a felicidade



Correm os meus dedos longos

Em versos tristes que invento

Nem aquilo a que me entrego

Já me dá contentamento



Pode ser até manhã

Cedo, claro, feito o dia

Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria



Eu só queria ter do mato

Um gosto de framboesa

Pra correr entre os canteiros

E esconder minha tristeza

E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza ...

Deixemos de coisa, cuidemos da vida

Senão chega a morte

Ou coisa parecida

E nos arrasta moço

Sem ter visto a vida



é pau, é pedra, é o fim do caminho

é um resto de toco, é um toco sozinho ...

São as águas de março fechando o verão

é promessa de vida em nosso coração