Quando criança
Me assoprou no ouvido um motorista
Que os bons não se curvam
E, eu,
Confuso
Aqui nesta pista de dança
Perco o tino
Espio a vertigem
Do chão que gira
Tal qual
Parafuso
E o tapete tira debaixo dos meus pés
Piro
Nesta pista de dança
Curva que rodopia
Sinto que perco um pino
Não sei localizar se na cabeça
Esqueço a meta da reta
E fico firme no leme
Que a reta é torta
Re
Rainha
Bispo
Cavalo
Torre
Peão
Sarro de vez o alvo
Tiro um fino com o destino
E me movimento
Ao acaso do azar ou da sorte
No tabuleiro de xadrez
Extasiado
Piso
Hipnotizo
Mimetizo a dança das estrelas
Aqui neste point
A espiral de fumaça me deixa louco
E a toalha felpuda suja me enxuga o suor do rosto
Aqui nesta rave
Narro a rapsódia de uma tribo misteriosa
Imito o rodopio de pião bambo
ê, ê, ê tumbalelê
é o jongo do cateretê
é o samba
é o mambo
é o tangolomango
é o baste estaca
é o jungle
é o tecno
é o etno
Redemoinho de ilusão em ilusão
Como a lua tonta, suada e fria
Que do crescente ao minguante varia
E inicia e finda
E finda e inicia e vice-versa
ê, ê, ê tumbalelê
Nesta pista de dança
Pista de símios
Pista de clowns
Pista de covers
Pista de clones
Pista de sirenes
Pista de sereias
Pista de insones
ê, ê, ê tumbalelê
é o jongo do cateretê
é o samba
é o mambo
é o tangolomango
é o baste estaca
é o jungle
é o tecno
é o etno
Ah, ah, ah, ah
Eu piro
Nesta pista de dança
Eu piso
Nesta pista de dança
Eu giro
Nesta pista de dança
Nesta pista de dança
ê, ê, ê tumbalelê
Nesta pista de dança