O Verme E A Estrela

Adriana Calcanhotto

Agora sabes que sou verme

Agora, sei da tua luz

Se não notei minha epiderme...

E, nunca estrela eu te supus

Mas, se cantar pudesse um verme

Eu cantaria a tua luz!

E eras assim... Por que não deste

Um raio, brando, ao teu viver?

Não te lembrava. Azul-celeste

O céu, talvez, não pode ser...

Mas, ora! enfim, por que não deste

Somente um raio ao teu viver?

Olho e não vejo a tua luz!

Vamos que sou, talvez, um verme...

Estrela nunca eu te supus!

Olho, examino-me a epiderme...

Ceguei! ceguei da tua luz?