A Divina Comédia 2 (feat. Zeus, Gigante no Mic & Mano Fler)

Rap Box , Fabio Brazza, Léo Casa 1, Gigante No Mic, Mano Fler , Zeus

Senhoras e senhores

O circo pega fogo se tem Deus do raioSe empurrar o dono do casa, eu vou causar desmaio
Seja bem-vindo ao meu show de ironia

Flow e sarcasmo no grave
Veja à minha volta o que a cena queria
Não passa batido quem fingiu que não vê meu último salto

Sambou, nessa base tombou
Brazza, avisa pro Nocivo que esse beat bombou
Trouxe umas ideia no lugar da trança nagô
Posturado e muito calmo com a força de Xangô

O Brasil tá decadente, até o diabo sabe, né?
Falta senso de empatia, sanidade, money e fé
Uns trabalha a vida toda pra viajar para Malibu
Uns canalha rouba o povo e vai de iate pro rolé

Maturidade me falta pra servir de exemplo
Pra quem se deprime
Tomando tombo da vida
Me vi na responsa de segurar firme

Psicológico no purgatório
Com crise de pânico fantasmagórica
Vi que o sujeito mais psicopata
′Tão dentro da câmara que nos oprime

Um par de chifre ao presidente me parece prudente
Se eu sumir sem excedentes, me declarem militante
A geração que se preocupa mais com ouro no dente
Não enxerga que vivemos no inferno de Dante

Meu time não é subdivisão, não me subestime
Nem todo papo de visão tem o olhar do crime
O olho condena e às vezes oprime
Se eu não te devo nada, então não opine

Não ouço conselho de quem não me espelho
Prefiro morrer de pé do que viver de joelho
País do desemprego, uns de beca e uns de bico
E não falta MC que só sabe falar que é rico

Sempre a mema' coisa, sempre a mema′ história
Dinheiro, putaria, roupas, carros e as joias
Tem que comemorar e celebrar cada vitória
Mas a vida é muito mais que suas conquista ilusória

Ê, não faço rap pra atender demanda
É o coração que manda, magia igual quimbanda
Assim que a banda toca, não toca nas minha ponta
Não venha me contar o que não é da minha conta

E aí, Zelensky? Cê vai ficar putin'
Se eu disser que você é só um fantoche da OTAN
A indústria armamentista só quer saber do din'
Os Bolsominion só estudam a versão da Jovem Pan

Quanto mais antivax, menos antivax
Quando cê mata um assassino, se tornam iguais
Quanto mais ensino mínimo
Mais presídio de segurança máxima, disse o Sérgio Vaz

Não vou no culto, sou ocultista
Não vou na missa e tô na missão
Não sou cego, mato meu ego
Tô em processo de composição

Rasgo o verbo que se fez carne
O homem ainda faz carnificina
O mundo tá em guerra
Essa comédia não é divina

Ahn, só, Mano Fler, é
É os gnomo, teste cardios, puta
Diz: Puta que pariu, mas não surta na Kama Sutra
Palhaço assassino, bom de soco e de tiro
Não fere o inocente, até na faca mata rindo

Com as peças que a vida me prega, eu monto um carro
Que surra o serrote e sarra, sara, tira sarro
Bem-vindo ao picadeiro, picotado por pacato
Se o pato perde a pata, tá viúvo ou aleijado?

Quem paga comédia paga com a vida piada
Cagueta até a mãe antes de levar uma piaba
Onde a Peppa é pig, pica-pau vai papagaio
Chove na Espraiada se o choque cheira o raio

Em roupa amarrotada, a vida passa e ′ocê não vê
Melhor que cê viver ou cê viver sem querer ser
Carece não se crescer, diz aí o que cê quer ser, CQC
Quem vem pra vencer, amadurecer e renascer

Bife envenenado pro dog que só late
18 quilate, 24 que morde
Perreco Stop Fox, start, pause stand-up
Às vezes só o que desce, acha o caminho que sobe

Mas se a metade da laranja virou suco
Muitos vão pra luta onde o sorriso chama luto
Os que quer la plata nunca vai pagar de Pluto
Vira, sente o susto e se moscar só sobe o vulto

Aham
Aê, temido Diabo, desculpe te mandar esse e-mail
E atrapalhar seu corre no inferno
É que aqui em cima a galera tá de saco cheio
Olhando pro presidente
E se perguntando se ele não é seu subalterno

Bota terno, gravata e candidata a senador
Porque tem cristão aqui que apoia torturador
Se cê visse, capeta, o que eles fazem só com uma caneta
Ia ver que seu tridente não é tão assustador

É, andam fazendo tanta maldade que cê nem imagina
Depois dizem que estão
Possuídos pelo Diabo (sai, demônio!)
Tá brabo, ′tão jogando tanta merda na sua conta
Só pra livrarem o próprio rabo

Você devia cobrar direitos autorais
Pelo uso indevido da imagem do Satanás
Ou melhor, já que muita gente te cultua, vem pra cá
Abre uma igreja só sua e ganha milhões de reais

Demônio, escute o que esse amigo te aconselha
Mas cuidado que o Brasil aqui tá osso
Ainda mais você sendo de pele vermelha
Pode ser confundido com um índio
E ser assassinado lá em Mato Grosso

Diabo, de você não tenho medo
Você é sincero na sua maldade
Por isso não tenho medo

Temo mais aquele bom cidadão
Que anda com uma Bíblia na mão
E faz sinal de arminha com o dedo

Gigante, Fler e Zeus, ainda tem muito fariseus
Pessoas ainda defendem o partido
Que matou mais de seis milhões de judeus
Aí embaixo de você bota fogo nos racista
Aqui em cima a gente bota fogo nas florestas e museus

Na nossa maldade, por favor, não se espelhe
Se o ser humano é ruim, peço que não se assemelhe
Você, que já foi um anjo de Deus
Então pergunte se a gente realmente é filho dele (será?)

Querido Diabo, desculpe te mandar esse e-mail
É que o negócio tá feio e eu já não sabia a quem recorrer
Pessoas fazendo mal, falando do divino
Enquanto pessoas boas foram mortas acusadas de ser você

Pensando bem, cê não deve ser tão mal assim
Quer saber, Diabo? Do jeito que a coisa aqui tá ruim
Para o mundo que eu quero descer
E já separa uma cadeira no inferno aí pra mim

E só de citar seu nome, os péla vão me xingar
Amém, tô zoando, amém não