Tribo

Kappa Jotta

Quando ligarem de anónimo pergunta é quem
Ameaças em código não assustam ninguém, (uuuhh)
Que eu vim da merda, a minha vida é guerra
Mentalidade é terra-a-terra Amén
Somos todos tapados pela mesma terra
Olha que o ferro emperra tu limpa-o bem
Rua emprega muitas famílias, vivem na prega
Com contas certas não se reduz a meio
(Pra pra pra pra) ′pra matar todos
Caminho sozinho, outro tipo de tribo
Vim buscar tudo e elevo o lucro aos poucos
Cão que não morde não se atiça
Soltei o álbum soltaram os cães
Se não é teu não cobiça, fome aqui castiga
Boy na zona há lobos
Ninguém vos convida e avisa a tua querida
Que nenhum dos meus homies lhe vai dar flores
Todos querem dinheiro limpo 'clean
Doentio como qualquer senhorio a extorquir o inquilino
Todos querem viver o king dream
Puto a fechar sacos do quarto ′pó parque
Sem saber o que eram gambuzinos
Falam-se vários dialetos
Textos sem legendas não são traduzidos
Marcas no corpo são egos
Nem sempre os certos são os arguidos
No beat navego, é alma que entrego
Traumas que carrego ao nosso senhor
Meu caminho é divino, vivo noutro mundo
Onde caminho sem fio condutor
Desço ao precipício, voltando ao início
Vivência e vicio só faz sentir dor
Vi que tudo é possível, fazer o impossível
Subir o nível e ver que sonhos podem ter cor

Good fellas good music
Somos outro tipo de tribo
Somos outro tipo de tribo
Somos outro tipo de tribo

São muitos os tropas que passam e vão
Contas pelos dedos quantos tropas ficam
A medida que sobes muitos se revelam
Amigos e inimigos se multiplicam
Se vocês vão para o topo vou noutra direção
Meu caminho é outro não se identificam
Sucesso e money tanto faz comichão
A quem tem e a quem não tem e acham que mereciam
Vivemos na corda-bamba um passo em falso na batota
Eles limpam-te o pitéu e a renda em grana
Lágrimas que a vista sangra, miopia e estigmatismo
De tanto ver de perto a cor da lama
Se o passado foram traumas e dramas
Para muitos o futuro era funeral ou cana
Para ter uns grif's eram fatias e gramas
Presente da cabeça aos pisos com Reebok e Bana
Palmadinhas nas costas
Quando na verdade falavam mal nas minhas costas
E agora é só sorrisos
Editoras lançam propostas, contratos e notas
Tantas fofocas, quando na verdade notas
Que eu cheguei cá sozinho
Da rua para o estúdio trancado, zona no mapa
Ligação é kappa, saúde e paca para manter os sonhos vivos
Que ainda há tropas no bairro em casas com ratos e baratas
São quartas meias e placas que os vão tirando do prejuízo
Fruta podre cai sozinha
Aqui não há vacina por mais que a tua árvore dê frutos
Ninguém está a ver o que se avizinha
A minha tribo é calminha, mas ainda te põe a par dos movs
Comemos o que havia, inteligência sequência para evitar abusos
Cada um na sua via, viemos do meio das galinhas
Fumos e cinzas, criados com abutres
Em casa família é quartel, general é papel
De quem não teve um pai e agora cria
A sua sua cria, mas complica ser um exemplo de pai
Sem ter sido um exemplo de vida
A minha dica é não chamar à atenção
Vocês têm falta de atenção, nunca sentiram a tensão em cima
Demónios em evocação, ligação é mais que um álbum
É a minha alma numa narrativa!

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Paz