Rio! Cidade-desespero
A vida é boa, mas só vive bem quem não tem medo
De olho aberto, malandragem não tem dóRio de Janeiro, cidade hardcore
E arrastão na praia não tem problema algum
Chacina de menores, aqui, zero-vinte-e-um
Polícia, cocaína, Comando Vermelho
Sarajevo é brincadeira, aqui é o Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, demorou, é agora
Pra se virar tem que aprender na rua
O que não se aprende na escola
Segurança é subjetiva
O melhor é ficar com um olho no padre e outro na missa
Chacinas acontecem sob um calor inominável
Beleza convive lado a lado, com um dia a dia miserável
Mesmo assim, não troco por lugar algum
Já disse: Este é o meu lar
Aqui, zero-vinte-e-um
Cuidado pra não se queimar na praia do arrastão
Ha-ha-ha, é o Rio de Janeiro
A cidade é maravilhosa, mas se liga, meu irmão
Ha-ha-ha, é o Rio de Janeiro
Aqui, fazem sua segurança assassinando menor
Ha-ha-ha, é o Rio de Janeiro
Então, fica de olho aberto, malandragem não tem dó
Ha-ha-ha, é o Rio de Janeiro
É muito fácil falar de coisas tão belas
De frente pro mar, mas de costas pra favela
De lá de cima, o que se vê é um enorme mar de sangue
Chacinas brutais, e uma porrada de gangue
O Pão de Açúcar de lá, o Diabo amassou
Esse é o Rio
E, se você não conhece, bacana (Pow, pow, pow!)
Tome cuidado, as aparências enganam
Aqui a lei do silêncio fala mais alto (Fala mais alto!)
Te calam por bem ou vai pro mato
Mas, de repente, invadem a minha área, todos fardados
Eu tô ficando louco, ou tem alguma coisa errada?
Brincando com a vida do povo, então, se liga na parada
Porque, hoje, ninguém sabe, ninguém viu
Um dia, alguns se cansam e pow! Guerra civil
Mas como diz o ditado: Quando um não quer, dois não brigam
Mas já que ′cê tá pedindo, segura a ira
Porque a cabeça é fria, mas o sangue não é de barata
Esse é o Rio, mermão
É, o veneno da lata
Veneno da lata
Da lata
Ho, ho, ho, ho!, faz o Papai Noel
Pow, pow, pow, pow! E nego não vai pro céu
Vejo V de Vendetta, lírica bereta
Black Alien e família, soem as trombetas
Tomando de assalto a cidade que brilha
Mãos ao alto, vamos dançar a quadrilha
288 é formação de quadrilha
Nome: Gustavo Ribeiro, a descrição do elemento
Primeiro, é o olho vermelho, na mente, no momento
Como diz o Bispo: Eu sou artista, esse é meu lixo
Acesso ao som restrito, ao perito
O dialeto, se dito, é um perigo, amigo
Para o consumo da alma sem abrigo
O ritmo e a raiva, a raiva e o ritmo
E sobre o abismo, sem ismos, eu cismo
Vou ao silo e toco o sino
Cuidado pra não se queimar na praia do arrastão
Ha-ha-ha, é o Rio de Janeiro
A cidade é maravilhosa, mas se liga, meu irmão
Ha-ha-ha, é o Rio de Janeiro
Aqui, fazem sua segurança assassinando menor
Ha-ha-ha, é o Rio de Janeiro
Então, fica de olho aberto, malandragem não tem dó
Ha-ha-ha, é o Rio de Janeiro
Seu Gilberto Cardoso dos Santos, Dona Jane, Lucilete Silva Santos
Descansem em paz, descansem em paz
Fábio Pinheiro Lau, Joacir Medeiros, Guaracy Rodrigues
Hélio de Souza Santos, Lucineia, Núbia, Paulo Roberto Ferreira, Adalberto de Souza
Descansem em paz
Cláudio Feliciano, Lúcio e Paulo Cesar Soares, Cléber Alves
Amarildo Baiense, Edmílson Rocha, José dos Santos
E sobre o abismo, zero-vinte-e-um
Vigário Geral
É, Rio de Janeiro
Rio de Janeiro!