Linha De Passe

João Bosco

Toca de tatu, lingüiça e paio, boi zebu,
Rabada com angu, rabo de saia.
Naco de peru, lombo de porco com tutu
E bolo de fubá, barriga d'água.
Há um diz que tem e no balaio tem também
Um som bordão bordando o som, dedão, violação
Diz um diz que viu e no balaio viu também
Um pega lá no toma lá dá cá do samba.
Caldo de feijão, um vatapá, um coração.
Boca de siri, um namorado, um mexilhão.
água de benzé, linha de passe, um chimarão,
Babaluaê, rabo de arraia e confusão...
Valeu, valeu, Dirceu do seu gato deu...
Cana e cafuné, fandango e caçulé,
Sereno e pé no chão, bala, candomblé,
E meu café, cadê? não tem, vai pão com pão.
Já era a Tirolesa, o Garrincha, a Galeria,
A Mayrink Veiga, o Vai-da-Valsa, e hoje em dia
Rola a bola, é sola, esfola, cola, é pau a pau,
E lá vem Portelas que nem Marquês de Pombal.
Mal, isso assim vai mal, mas viva o carnaval,
Lights e sarongues, bondes, louras, King-Kongs,
Meu pirão primeiro é muita marmelada,
Puxa-saco, cata-resto, pato, Jogo-de-cabresto
E a pedalada quebra outro nariz,
Na cara do juiz.
Aí, ha quem faça uma cachorrada
E fique na banheira, ou jogue pra torcida,
Feliz da vida.